
Para mostrar que não retiro nenhum prazer destas críticas (pelo contrário, fico é muito mal disposto quando começo a pensar nos milhares de consumidores que, desprevenidos, compraram a primeira temporada do Lost sem os extras), também é justo deixar o elogio quando surge a oportunidade para isso. Desde Julho que ando para falar das edições que chegaram à minha cripta de A Prairie Home Companion, Babel, Paris Je T´Aime (todos com dois discos) e A Ciência dos Sonhos. Desde a embalagem aos conteúdos, devidamente legendados em português, parece que estas coisas começam finalmente a ser (mais) pensadas para aqueles lados. Uma palavra mais especial para a edição do último filme de Robert Altman, pois existiu o cuidado de a valorizar com a inclusão de um livrete com depoimentos de vários críticos portugueses e de legendar aquele que é o último comentário áudio do realizador, que se despede com um ‘até ao próximo filme’.
O meu amigo Luís Salvado disse-me que a edição especial portuguesa para O Labirinto do Fauno também é um primor. Com um comentário áudio fascinante de Guillermo del Toro em castelhano. Apesar dos responsáveis do sector estarem sempre a queixar-se da pirataria, parece que estas edições não demoram a esgotar, demonstrando que, afinal, existe mercado para rentabilizar estes produtos mais ‘artísticos’. Só é preciso um pouco mais de trabalho e talento.