quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Katherine Heigl não percebeu o "Knocked Up"

Tenho uma simpatia especial pela Katherine Heigl. Não tanto como pela Jennifer Garner pré-Ben Affleck, mas achava que a rapariga tinha futuro. Depois de ler parte da sua entrevista à Vanity Fair de Janeiro, já não tenho tanta certeza.

A certa altura, ela diz que acha o Knocked Up um "bocado sexista" e acrescenta algo fantástico: It paints the women as shrews, as humorless and uptight, and it paints the men as lovable, goofy, fun-loving guys. It was hard for me to love the movie.

Há aqui alguma coisa que não está bem. Não é só por ela estar a desprezar seis meses depois um filme que a transformou numa estrela de cinema com direito a ofertas de seis milhões de dólares e entrevistas em revistas de prestígio com fotografias de natureza mais cinematográfica, por oposição a outras mais quentes que ela tirou no tempo de Roswell, quando tinha que fazer pela vida. Ou por ter aceite fazer algo que, afinal, parece que vai contra os seus princípios (e já agora, será que ela não tem o mesmo tipo de problemas com o Anatomia de Grey)?

Não, o que achei incrível foi que ela e eu parece que vimos filmes completamente diferentes. No "meu" Knocked Up, as mulheres eram representadas como as únicas pessoas que eram adultas responsáveis, enquanto os homens eram todos mais ou menos retardados, que queriam fazer um site sobre actrizes de cinema nuas e cuja grande ambição na vida era estarem pedrados o dia todo. Se estamos a falar de estereótipos, qual será o pior?

Como é que Katherine Heigl não percebeu isto? E todo o subcontexto da história? Ela era a protagonista: só leu o argumento, discutiu-o com o realizador, interpretou-o os outros actores, viu depois o produto final e conheceu as opiniões das pessoas sobre ele. Será que o desabafo foi por se ter apercebido, ao fim deste tempo todo, que o filme não era realmente sobre ela? Seja qual for a resposta, ela não diz muito sobre o instinto de Heigl como actriz...

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